segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Viajar é ir além dos limites

O que é viajar para mim? Deslocar-se até outra cidade, estado ou país, dependendo da distancia, tirar algumas fotos e visitar alguns pontos turísticos? Também. Entrementes, acredito que esta palavra, além disso, ainda pode incorporar significados filosóficos, necessários inclusive para auxiliar aquele que viaja a fim de aproveitar ainda mais essa experiência.

Existe uma definição que acredito expresse melhor o que seja fazer uma viagem, que é o de ver lugares e coisas diferentes. De outra feita, o que acontece seria exclusivamente deslocar-se.

Viajar é o ato de ver lugares diferentes, conhecer culturas que antes desconhecíamos, e que somente a proximidade física permite sentir. Muitas vezes vemos pessoas almejando sair do país para desbravarem novos horizontes, quando na verdade o espaço que ocupam diariamente ainda não foi propriamente explorado e visitado. Por exemplo, existe um lugar que é praticamente igual no mundo inteiro, mas que, aposto, poucas pessoas já o conhecem, mesmo aquelas que já rodaram o mundo. Refiro-me a esta imensa abóboda celeste chamada céu. Tão imensa e tão espetacular que não se permite aprisionar em uma câmera digital ou computador. O céu foi feito para ser admirado, mas raramente paramos para fazê-lo.

Céticos e críticos julgarão tal pensamento por demais romanesco, mas afirmo que uma pessoa que tenha passado por diversos países sem o mesmo olhar contemplador e encantado, terá absorvido muito menos das belezas de cada região do que outro que tenha viajado uma vez, mas que desfrute desta capacidade. A partir de então, acredito que, muitas vezes, não exista nada mais superficial e desnecessário do que tirar foto ou filmar alguma paisagem, principalmente envolvendo aspectos da natureza. Pois quando viajar simboliza o rompimento de fronteiras físicas, culturais e filosóficas, a única coisa que uma foto representa, é a tentativa de aprisionar algo que só pode ser apreciado se vivido em sua totalidade. Quando nos concentramos para capturar a imagem em uma foto, esquecemos de realmente apreciar a beleza que está diante de nossos olhos.

Podemos ainda viajar sem sai do lugar. Podemos conhecer lugares diferentes passando todos os dias pelo mesmo caminho. Podemos conhecer novas culturas simplesmente nos permitindo sorver aspectos relevantes sobre a vida das pessoas que nos cercam todos os dias. Podemos capturas fotos na câmera mais complexa que existe, chamada cérebro, onde não existem limites para a contemplação. E verdade seja dita, as fotos mais bonitas que as pessoas apreciam, são aquelas contadas por nossos lábios e coloridas por nossas emoções ao reproduzi-las.

Deveríamos ter como meta de vida viajar todos os meses, ou pelo uma vez ao ano, para lugares longes, onde somos forçados a tentar uma readaptação, onde não nos sentimos localizados, e de preferência onde a língua nos soe estranha, pois isso tem o poder de nos fazer despertar para a vida novamente. Uma das maiores frustrações de uma vida é viver o marasmo de uma existência cotidiana sem novidades, e pior do que isso é a anestesia de não perceber que tal rotina já se tornou aceitável na vida de uma pessoa.

Uma viagem nos faz também, e isso é intrigante, não somente ver as variedades naturais que o mundo oferece, mas também as similaridades que nem as distancias e o tempo podem negar, e isso envolve principalmente o ser humano. Um sorriso e uma lágrima são experiências passiveis de acontecer a um indivíduo ao seu lado, bem como a alguém sentado em um ônibus de volta para casa em alguma rua em uma cidade na Austrália.

Hoje te desafio a fazer uma das mais impressionantes e distantes viagens da sua vida, e você pode fazer isso da forma como eu sugerir, ou ainda de outra maneira que imaginar mais interessante. Uma delas é puxar uma cadeira para o jardim de sua casa, condomínio, ou parque da cidade; de preferência à noite, e admirar o infinito do universo que paira sobre nossas cabeças todos os dias, e a partir daí deixar sua mente criar idéias e vasculhar sua memória com lembranças já a muito esquecidas. A outra seria convidar uma pessoa que você gosta para fazer tudo, mas nada além de conversar, trocar idéias; permita-se ouvir o que essa pessoa tem a dizer, e permita-se através disso conhecer um mundo novo. E a última sugestão é separar uma quantidade em dinheiro a cada mês para fazer aquela viagem que sempre sonhou para onde quer que seja, mas nunca teve condições. Escolha uma dessas opções, ou todas, e garanto a você, sua vida será transformada de uma maneira impressionante, e passaras a ter uma concepção do mundo muito diferente e abrangente do que ele representa, bem como uma viagem deve ser: transformadora e revigorante.      

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